Participei de uma roda de Saberes intitulado: Territórios, Etnicidade, Fronteiras e Mudanças Climáticas compostas por outras lideranças e indigenistas: Sônia Guajajara, Dario Kopenawa Yanomami e Marcos Wesley do ISA - Instituto Socioambiental. Mediado pela pessoa da jornalista, Diretora e Apresentadora Renata Simões, durante o Festival Indígena União dos Povos - FIUP 2022 entre os dias 16 a 19 de junho em Mogi das Cruzes SP.
GASODÁ SURUI
"PAITER E SER GENTE DE VERDADE OU NÓS MESMO. E UMA MISSÃO QUE CARREGAMOS CONOSCO DESDE A NOSSA CRIAÇÃO DE TER AMOR E RESPEITO AO NOSSO PRÓXIMO".
quarta-feira, 22 de março de 2023
Gasodá Surui participa da Roda de Saberes intitulada: Etnicidade: territórios, fronteiras e mudanças climáticas durante o Festival Indígena União dos Povos realizado entre os dias 16 a 19 de junho de 2022 em São Paulo.
segunda-feira, 28 de setembro de 2020
domingo, 30 de agosto de 2020
quinta-feira, 6 de dezembro de 2018
WAGÔH PAKOB" ESPAÇO DE VIVÊNCIA PAITER NA FORÇA DA FLORESTA
quarta-feira, 18 de abril de 2018
DIA 19 DE ABRIL, DIA DO ÍNDIO. SE COMEMORA OU SE INDIGNA?
Arquivo: Gasodá Surui, 2018 - Aldeia Paiter . T. I. Sete de Setembro.
Anualmente
no dia 19 de abril e comemorado o dia do índio no Brasil, uma data que pela sua
grandeza poderia ser comemorado com muitas festas, conquistas e acima de tudo
ser um momento de reconhecimento dos povos indígenas como povos originários desta
terra chamada de Brasil. Mas muito pouco ou quase nada nós povos indígenas
temos a comemorar nesta data. Pelo fato de só temos promessas feitas pelos
nossos governantes desde a criação da constituição federal de 1988.
Hoje
passados 30 anos, praticamente continuamos na mesma, ouvindo promessa ou talvez
casos até mais pior. Parece que seja tudo propositadamente, e assim continuamos
sendo esquecidos, humilhado, massacrado e violado todos os direitos dos povos
indígenas pelos Governantes do nosso país. Sem muitos menos sem sermos
consultados, como diz na própria constituição brasileira.
E
nesse sentido que nesta data trazemos para discussão a realidade indígena no
país, questões como: falta de demarcação de terras, saúde e educação precária,
além da reflexão sobre a importância dos valores e conhecimentos tradicionais
dos povos indígenas. Porque como povos originários deste país, jamais os povos
indígenas foram vistos e nem sequer lembrados como de ser humano e muito menos
lembrado que aqui já habitavam antes da chegada dos europeus. Caso contrário,
seriamos sem dúvida, um país mais respeitado e abençoado desse planeta e com
direito a ser exemplo a ser seguido.
Caso
os nossos governantes tivesse o mínimo de respeito e reconhecimento da
existência e a importância dos povos tradicionais com suas ricas diversidades
culturais para a formação da nossa sociedade com certeza estaríamos no ranking
dos países mais desenvolvidos do mundo.
O mais
importante para nós como povos indígenas neste momento e ter a consciência tranquila
que somos capazes assim como todos. Pois sempre trabalhamos e produzimos para
sustentar nossas famílias e comunidades com respeito e sem desigualdade social
em nosso meio.
As
nossas conquistas dos nossos espaços dentro da sociedade sempre foram conquistadas
na base do respeito e educação. Sem discriminação, sem preconceito, sem
desigualdade e muito menos conflitos. Seja elas: escolas, universidades,
fundações, instituições e espaços políticos e partidários.
Mas
infelizmente a ganância, o preconceito e a discriminação reina em nosso meio.
Isso mostra o quantos somos fracos para superarem os nossos próprios desafios.
Assim
ficamos reféns dos nossos próprios erros. E quem acaba perdendo com tudo isso
somos nós.
________________________________________________________________________
Gasodá
Surui e do povo indígena Paiter Suruí de Rondônia, pertencente ao grupo clânico
Gãmeb, residente na Aldeia Paiter Linha 09, na Terra Indígena Sete de Setembro.
Graduado em Turismo pelo Centro Universitário São Lucas de Porto Velho -
Rondônia. Atualmente e mestrando em Geografia pela Universidade Federal de
Rondônia e também é Coordenador do Centro Cultural Indígena Paiter Wagôh Pakob
onde desenvolve o trabalho de fortalecimento das práticas culturais do povo
Paiter Suruí onde vive.
quarta-feira, 29 de março de 2017
GÃMEB - O JEITO DE SER PAITER
Símbolo do Clã Gãmeb do Povo Paiter |
A
palavra Gãmeb significa “marimbondo preto” e o Gãmebey e mais de um. Segundo a
história Paiter o Gãmeb surgiu pela primeira vez há muito tempo anos atrás
quando Deus (Palob) criou a humanidade. Por isso foram um dos primeiros a ser
criado pelo criador do universo juntos com outros grupos. Dizem os Paiter que
já havia outros seres antes de nós que foram comidos pelas onças e assim os
desapareceram e todos foram extintos. E na terra tudo ficou vazio, somente as
onças que os mataram e comeram todos.
Viu
Deus que tudo estava vazio na Terra, o “Palob” Deus pensou preciso fazer alguma
coisa para que tudo voltem de novo, assim pensou em fazer outros seres humanos.
E para isso precisava de ossos humanos e assim contou com a ajuda e auxilio do
veado mateiro “Patxaub” para buscar os ossos humanos na aldeia das onças. Como
as onças tinham comidos todos os outros seres, somente na aldeia deles tinha os
ossos humanos. E os ossos que tinha na aldeia das onças eram de vários
povos: Gãmeb, Kaban, Gapgir, Makor e de
outros povos que foram extintos ao longo do tempo e que nos dias de hoje não
existem mais, apenas histórias.
Quando
o veado mateiro "Patxaub" trouxe os ossos e entregou ao Palob que por
sua vez pegou os ossos e começou a tragar e soprar com a fumaça do tabaco e
assim surgia o ser humano uma por uma. E junto com isso surgiu também o Gãmeb
que até hoje existe depois de muitos tempos apesarem de ter passado por
dificuldade e desafios, como: doenças, guerras e conflitos com outros povos que
foram dizimando aos poucos a sua população numerosa.
A história
de vida e de luta dos Gãmebey tem se tornado frequentes, reconhecido e
respeitado pela sociedade Paiter através do seu patriarca chamado pelo nome de
YAB-NAB que significa (raiz dos saberes), que foi um guerreiro Paiter do Clã
Gãmeb muito sábio, inteligente, com seu postura e perfil de liderança que
também herdou dos seus pais. Ao longo de sua vida Yab- Nab casou -se com várias
mulheres das quais geraram bastantes filhos que gerou e herdou os Gãmebey que
vive na Terra Indígena Sete de Setembro.
Hoje
os Gãmeb ou Gãmebey são um dos quatros grupos clânicos que compõe a sociedade
Paiter Suruí, povo indígena que habita a Terra Indígena Sete de Setembro
localizado entre os estados de Mato Grosso e Rondônia. Segundo os dados
demográficos dos órgãos indigenistas (FUNAI e SESAI/2016) são os segundos
grupos clânicos mais populoso entre os quatros grupos existente dentro do
território Paiter, que são Gãmeb, Gapgir, Kaban e Makor. Os Gãmebey estão
distribuídos e espalhados em todo o território Paiter: Aldeia Apoena Meirelles,
Aldeia Sete de Setembro, Aldeia Paiter Linha 09, Aldeia Atamuia Linha 09,
Aldeia Central Linha 10, Aldeia Iratana, Aldeia Lapetanha Linha 11, Aldeia Tikã
Linha 11, Aldeia Mauíra Linha 12, Aldeia Pipira Linha 14 e etc...
As
pessoas que pertencem a esse grupo geralmente são definidas e vistas pela
sociedade Paiter através das suas características que o resume como ser humano:
carinhoso, atencioso, tranquilo, bondoso, paciente, amoroso, ter respeito ao
próximo, ter postura de liderança, não humilhar os outros, compreensivo e acima
de tudo ter responsabilidade e o orgulho pelo da sua origem, ama a sua cultura
e a natureza que fazem parte da sua vida. Essas características com postura de
liderança nato faziam com que os outros respeitasse e fazia dele uma liderança
automático do seu povo, pois isso vêm desde os seus antepassados. Pois são
comportamentos que são adquiridos e conquistados através dos conhecimentos e
sabedorias que são transmitidos de geração em geração.
O
homem Gãmeb geralmente se casa com a mulher do Clã Kaban, do mesmo modo a
mulher Gãmeb só se casam com homem Kaban. As mulheres Kaban a partir do seu casamento
com Gãmeb passa a se torna a sua família. Desde então ao longo do tempo da
convivência vai ajudando e ensinando um ao outro assim unificando os seus
pensamentos de buscar os seus objetivos visando lutar pelo bem-estar da sua
família e do seu povo.
Ao
longo da sua história os Gãmebey têm contribuído bastante e ainda continua a
contribuir com a valorização e preservação da vida organizacional, Social,
Cultural, Ambiental e Territorial do povo Paiter Suruí dentro do território
Sete de Setembro. Alguns dos seus líderes juntamente com as outras lideranças
indígenas de outros clãs atuaram fortemente no início da década de 80, para que
o governo brasileiro reconhecesse o seu território, logo após o contato com a
sociedade não indígena. Graças a essa atuação de lideranças Paiter pela defesa
e proteção do seu território, hoje a Terra Indígena Sete de Setembro e um
território indígena demarcado e homologado pelo governo Federal. Mas que mesmo
assim ainda correm sérios riscos de invasões e degradação ambiental,
territorial e cultural pela forte pressão e influência da cultura ocidental.
Mas
como o Gãmebey sempre foram um povo guerreiro não e agora que vão para de lutar
pelos seus ideais devido ao grande impacto que a cultura não indígena tem
trazido para o seu povo. A cada dia que passa surgem novas esperanças de um dia
melhores para os Gãmebey e para os Paiter em geral. Pois a luta do Gãmeb e de
todos e a luta de todos e do Gãmeb. Como sempre querendo ajudar o próximo e a
humanidade através de um simples gesto de conscientizar a humanidade que é
possível viver bem mantendo a floresta em pé e consumindo o que ela tem de
oferecer.
_________________________________________________________________
Gasodá
Suruí é Indígena Paiter, pertencente ao clã Gãmeb- Formado em Turismo pelo Centro
Universitário São Lucas de Porto Velho em 2009 e Atualmente e Mestrando em
Geografia pela Universidade Federal de Rondônia. Pesquisador Indígena e
Coordenador Cultural da Aldeia Paiter Linha 09.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
A FORÇA DA MULHER PAITER
Manganogan Surui e do povo Paiter pertecente ao Clã Kaban. Filha do guerreiro e líder Paiter Lab Amih Bep e da Waled-op (in memorian). Nasceu muitos anos antes do contato com os não indígenas. Hoje anciã e conhecedora do conhecimento tradicional do povo Paiter Surui. Mãe de 6 filhos: Garixama Surui, Mopilabaten Surui, Gasodá Surui, Yab-lor Surui, Holotaba Surui e Gabriela Surui. No trecho abaixo ela fala o que e ser e a importância da mulher na sociedade Paiter:
"Nós Paiter somos um povo: E todos somos importantes para o nosso povo. Independente o que for: homens, mulheres, jovens e crianças. Por isso todos tem que esta preparado para contribuem na busca pelo bem estar coletivo. A mulher Paiter tem a sua parcela de contribuição. Assim antigamente ajudávamos os nossos maridos a lutar pela defesa do nosso território. Acompanhávamos eles nas suas andanças pela floresta em busca de alimentos para manutenção dos nossos filhos e familiares. Foi com a união de todos que conseguimos segurar e preservar a nossa cultura e o nosso território diante dessa grande pressão da cultura ocidental. E com essa força de todos que somos o povo que somos hoje. Com a luta de todos que conseguimos demarcar o
nosso território."
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
ALDEIA PAITER "LINHA 09" - REGIÃO CENTRAL DA TERRA INDÍGENA SETE DE SETEMBRO
A
Aldeia Paiter também conhecido como “Aldeia LINHA 09” e umas das 27 aldeias espalhadas
pelo território indígena Sete de Setembro. Localizado no km 40, final da
estrada vicinal chamada do mesmo nome Linha 09 do município de Cacoal no interior do
estado de Rondônia há 450 km da Capital Porto Velho. E a terceira Aldeia mais populoso das
Aldeias Paiter Suruí existentes dentro do território indígena Sete de Setembro.
Entrada da Aldeia Paiter Linha 09 - Divisa território Paiter com o território não indígena |
Vista da Entrada da Aldeia Paiter |
A
aldeia Paiter Linha 09 e habitado pelos 180 pessoas que forma pelo menos 32 famílias Paiter
Suruí falantes da língua Tupi-mondé, (incluindo homens, mulheres, jovens e
crianças). São elas composta por clãs Gãmeb, Kaban, Makor e Gabpir que são os
grupos clânicos pela qual e formada a sociedade indígena Paiter.
A Comunidade da Aldeia Paiter Linha 09 da Terra Indígena Sete de Setembro ainda tentam manter e preservar muito as tradições Culturais do seu povo, por isso uma dos desafios que o povo vivem neste tempo de pós contato com a sociedade não indígena e lutar para manter e assim garantir a cultura do seu povo viva passada de geração pós geração.Moradores da Aldeia Indígena Paiter Linha 09 |
Pintura Corporal: Guerreiro Paiter |
Ritual do Mapimaí - Aldeia Joaquim |
A Aldeia Paiter Linha 09 está localizado e rodeado por uma exuberante floresta com enorme potencial em fauna e flora, "rios, cachoeiras, animais e plantas com belíssimas paisagens naturais que pode deixar qualquer visitante, um contato magnífico com a natureza". E nessa imensa e pura floresta amazônica que os Paiter vivem que e um espaço sagrado, lugar de buscar força e compreensão e buscar o equilibro para não ter descontrole do seu verdadeiro habito como povo indígena.
Rio Cachoeira, "Mõõh Booh", próximo a aldeia Paiter Linha 09. |
Criança Paiter Suruí tomando banho nas águas limpas do Rio Cachoeira |
sábado, 30 de janeiro de 2016
COTIDIANO DAS CRIANÇAS DA ETNIA PAITER SURUI
No presente texto analisaremos o cotidiano das crianças indígenas e ressaltaremos, sobretudo, o cotidiano das crianças da Paiter Suruí, etnia indígena da Terra Indígena Sete de Setembro , que se encontra nas confluências dos estados do Rondônia e do Mato Grosso.
Crianças Paiter Suruí ajudando a limpar o terreiro da Aldeia Foto: Gasodá Suruí/2016 |
Da mesma forma que acontece com as crianças da cidade, isto é, com as crianças não índias, que desobedecem a seus pais ou responsáveis, as crianças indígenas desobedientes também ficam de castigo, geralmente estipulado pelos pais.
Geralmente os índios adultos Paiter Suruí castigam seus filhos desobedientes colocando perto do fogo para sentir na pele a dor de uma queimadura e sofrem bastante com esse castigo e até fazer juras aos pais que não irá mais desobedecer.
Segundo a tradição, o costume da aldeia não é bater, pois esses indígenas acreditam que a mãe que bate no filho não será cuidada por ele, quando este crescer.Esse fato (de o filho abandonar os pais, por apanhar deles) é uma questão levada a sério pela etnia Paiter Suruí. Na sociedade não indígena esse fato não é tão presente: geralmente, os pais batem nos filhos sem tais preocupações e os filhos abandonam os pais quando estes ficam velhos, mesmo sem terem apanhado deles quando crianças.
Autor: Gasodá Suruí - Turismólogo e Pesquisador Indígena. Indígena da etnia Paiter Suruí, pertencente ao grupo clânico "GÃMEB" da Terra Indígena Sete de Setembro.
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