quarta-feira, 22 de março de 2023

Gasodá Surui participa da Roda de Saberes intitulada: Etnicidade: territórios, fronteiras e mudanças climáticas durante o Festival Indígena União dos Povos realizado entre os dias 16 a 19 de junho de 2022 em São Paulo.

Foto: Maria Leonice Tupari, 2022. 

Participei de uma roda de Saberes intitulado: Territórios, Etnicidade, Fronteiras e Mudanças Climáticas compostas por outras lideranças e indigenistas: Sônia Guajajara, Dario Kopenawa Yanomami e Marcos Wesley do ISA - Instituto Socioambiental. Mediado pela pessoa da jornalista, Diretora e Apresentadora Renata Simões, durante o Festival Indígena União dos Povos - FIUP 2022 entre os dias 16 a 19 de junho em Mogi das Cruzes SP. 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

WAGÔH PAKOB" ESPAÇO DE VIVÊNCIA PAITER NA FORÇA DA FLORESTA

Wagôh Pakob e um Centro Cultural indígena, que em tupi mondé significa a (força da floresta) e um espaço de vivência do povo Paiter Surui da Aldeia Paiter Linha 09. Essa iniciativa cultural, foi criado no dia 22 de novembro de 2016 para atuar na luta pela defesa do direito territorial, ambiental e cultural do povo Paiter no âmbito do Plano de Gestão Ambiental e Territorial da Terra Indígena Sete de Setembro.   




Centro Cultural Paiter Wagôh Pakob - Aldeia Paiter Linha 09
 


E um espaço com ambientes para rodas de conversas, trocas de experiências, repasse de informações dos conhecimentos tradicionais pelos velhos para os jovens Paiter, realização das festas tradicionais, oficinas, cursos e capitações para o fortalecimento da cultura Paiter e prepará-lo a ser futuramente um líder e defensor da causa Paiter.

Ritual da URTIGA   - Arquivo: Gasodá Surui - 2018. 

E um espaço propriamente indígena, local especifico para realização de intercâmbio cultural entre os Paiterey da Terra Indígena Sete de Setembro e outros  povos  indígenas do estado de Rondônia e de outras regiões do  Brasil. 

Intercambio Cultural entre os povos Indígenas  
Paiter Surui x Ashaninka e Yawanawá do estado do Acre - 2016. 

No Wagôh Pakob também se realizam encontros de diálogos com instituições do governo e não governamental que atua diretamente com as questões do povo Paiter Surui.  

Visita da CR FUNAI - CACOAL - Arquivo: Wagôh Pakob, 2018. 

   Visita do Parceiro:  FOREST TRENDS no Centro Wagôh Pakob. 
Arquivo: Gasodá 2018.


Visita do Parceiro Kanindé (Neidinha Bandeira)- Arquivo: Gasodá Surui, 2018. 

Doutores Sem Fronteiras no Centro Cultural  WAGÔH PAKOB
Arquivo: Gabriel Uchida/Kanindé 2018. 

Com os trabalhos de proteção, preservação do território indígena Sete de Setembro e valorização e resgate da cultura tradicional do povo Paiter Surui o Centro Cultural Wagôh Pakob vem se destacando no cenário como ponto de referência em cultura indígena no estado de Rondônia, como no Brasil . Assim só vem aumentando  cada vez mais o interesses e números de instituições, escolas, universidades e turistas para conhecer o espaço e a cultura local do povo indígena Paiter da Aldeia Paiter Linha 09.

Visita da Escola SESI de Cacoal - Arquivo: Gasodá Surui, 2017. 

As pessoas que veem ao Centro Cultural Wagôh Pakob não vêm simplesmente conhecer o espaço e a natureza.  O  povo Paiter Surui em si tem uma questão  cultural muito rica, e que atrai muitos amantes e admiradores da sua cultura. 
As pessoas aproveitam para conviver com os Paiter para conhecer um pouco da sua cultura e o seu modo de vida no seu dia a dia na aldeia. 
Assim os visitantes sai felizes e já sai planejando outras visitas e vai divulgando para outras pessoas para também conhecer a cultura do povo Paiter. Os paiter são um povo cantores e por isso uma das forma mais tradicional de receber seus visitantes e recepcionar através da musica tradicional do seu povo.

G Apresentação Cultural Paiter - Arquivo : Gasodá Surui 2017. 

Outro fator importante da cultura Paiter e a questão gastronômica. A alimentação para o povo Paiter e muito importante para sua vida. Toda a fartura que vem para as família vem da floresta e por isso a natureza para os Paiter e sagrado e precisa ser muito valorizado. Somente deve ser caçado, pescado e coletados da natureza os tipos que são utilizados, pois não é todo tipo de caça, pesca e frutas que os Paiter utilizam para sua alimentação .

Porcão do mato moqueado na brasa. Arquivo: Gasodá Surui - 20018. 


O peixe e considerado uma das mais importante e apreciada na gastronomia Paiter. Ela pode ser consumida de várias formas: cozidos, moqueado na brasa ou embalado na palha de babaçu. Se faz pirão do caldo do peixe com farelo de milho.

Peixe sendo assado na brasa - Arquivo: Gasodá Surui - 2017. 


A chicha e uma bebida tradicional do povo Paiter e uma outra importante na gastronomia Paiter, fundamental na vida do povo Paiter. Assim existem dois tipos de chicha: IH como e chamado pelos Paiter e um tipo de chicha que não e fermentado e não tem teor alcoólico e não embriaga. Se consome no dia a dia como se fosse um café da manhã para os não indígenas. Agora o IATIR e um tipo de bebida preparado especialmente para as festas e rituais. Essa tem o teor de bebida alcoólica e embriaga a pessoa que o consome. Elas são geralmente feitas de cará, mandioca, milho e batata-doce. São preparadas pelas mulheres na aldeia, e o homens também ajudam, como na busca da lenha no mato para cozinhar. 

 Mulheres preparando a chicha no Centro Cultural   - Arquivo: Gasodá Surui 2016.

Paiter tomando chicha no Centro Cultural Wagôh Pakob  - Arquivo Gasodá Surui, 2018. 

A pintura corporal e indispensável na vida Paiter. Ela e a nossa identidade e através dela que mostramos o nosso jeito de ser Paiter para as pessoas. A pintura varia de gênero, assim existem pintura para homens, mulheres, jovens e crianças. Geralmente e o pai que pinta os filhos e a esposa. A mulher costuma pintar a sua filha. Também varia do momento: guerra, caça, casamento e reclusão.   

Paiter fazendo pintura corporal na menina moça 
Arquivo: Gasodá Surui, 2018


A arte Paiter e o que não falta no Centro Cultural. São feitas pelos homens, mulheres e exposta para serem mostrado, também para ser vendidas. Feitas de matérias-primas tirado da floresta. Os paiter fazem artesanatos de todo tipo: colares, anéis, pulseiras, cocares, flechas, cestas e outros...

Exposição de artesanatos no Centro Cultural 
Arquivo: Gasodá Surui, 2018. 


 Wagôh Pakob também trabalhamos com incentivo de manter a floresta em pé e a importância do mesmo para as nossas comunidades. Assim realizamos reflorestamento de plantas nativas que  e importante para o nosso povo, nas áreas degradada e desmatada próximo ao local do Centro Cultural.  Pois antigamente e o lugar já havia invadido pelos invasores e há indícios de lavouras, roças e que precisam ser replantados para garantir a floresta nativa e a vida dos Paiter. 

Plantio de mudas nativas próximo ao Centro Cultural 
Arquivo: Gasodá Surui, 2018.


Esse e o resumo da cultura do povo Paiter vivenciado no dia a dia  desse povo guerreiro na aldeia e no Centro Cultural Wagôh Pakob. O objetivo principal de mostrar para os visitantes e como forma de divulgar a cultura indígena para a sociedade que muitas das vezes e só visto nos livros, jornais e que não traz um esclarecimento para que tenham um entendimento que e de fato o povo indígena. Através deste trabalho mostrar porque e importante manter a floresta em pé e valorizar e respeitar a cultura indígena. Acreditamos que cada povo vive conforme a sua cultura porque e o próprio criador quem deu o jeito de viver de cada um. Por isso não e qualquer um que tem o direito de mudar o jeito de viver de um povo. Por isso e importante respeita o povo indígena. 

Fonte de Informação: Gasodá Surui - Coordenador do Centro Paiter Cultural Wagôh Pakob.



quarta-feira, 18 de abril de 2018

DIA 19 DE ABRIL, DIA DO ÍNDIO. SE COMEMORA OU SE INDIGNA?

Arquivo: Gasodá Surui, 2018 - Aldeia Paiter . T. I. Sete de Setembro. 

Anualmente no dia 19 de abril e comemorado o dia do índio no Brasil, uma data que pela sua grandeza poderia ser comemorado com muitas festas, conquistas e acima de tudo ser um momento de reconhecimento dos povos indígenas como povos originários desta terra chamada de Brasil. Mas muito pouco ou quase nada nós povos indígenas temos a comemorar nesta data. Pelo fato de só temos promessas feitas pelos nossos governantes desde a criação da constituição federal de 1988.
Hoje passados 30 anos, praticamente continuamos na mesma, ouvindo promessa ou talvez casos até mais pior. Parece que seja tudo propositadamente, e assim continuamos sendo esquecidos, humilhado, massacrado e violado todos os direitos dos povos indígenas pelos Governantes do nosso país. Sem muitos menos sem sermos consultados, como diz na própria constituição brasileira.  
E nesse sentido que nesta data trazemos para discussão a realidade indígena no país, questões como: falta de demarcação de terras, saúde e educação precária, além da reflexão sobre a importância dos valores e conhecimentos tradicionais dos povos indígenas. Porque como povos originários deste país, jamais os povos indígenas foram vistos e nem sequer lembrados como de ser humano e muito menos lembrado que aqui já habitavam antes da chegada dos europeus. Caso contrário, seriamos sem dúvida, um país mais respeitado e abençoado desse planeta e com direito a ser exemplo a ser seguido.
Caso os nossos governantes tivesse o mínimo de respeito e reconhecimento da existência e a importância dos povos tradicionais com suas ricas diversidades culturais para a formação da nossa sociedade com certeza estaríamos no ranking dos países mais desenvolvidos do mundo.
O mais importante para nós como povos indígenas neste momento e ter a consciência tranquila que somos capazes assim como todos. Pois sempre trabalhamos e produzimos para sustentar nossas famílias e comunidades com respeito e sem desigualdade social em nosso meio.
As nossas conquistas dos nossos espaços dentro da sociedade sempre foram conquistadas na base do respeito e educação. Sem discriminação, sem preconceito, sem desigualdade e muito menos conflitos. Seja elas: escolas, universidades, fundações, instituições e espaços políticos e partidários.
Mas infelizmente a ganância, o preconceito e a discriminação reina em nosso meio. Isso mostra o quantos somos fracos para superarem os nossos próprios desafios.
Assim ficamos reféns dos nossos próprios erros. E quem acaba perdendo com tudo isso somos nós.
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Gasodá Surui e do povo indígena Paiter Suruí de Rondônia, pertencente ao grupo clânico Gãmeb, residente na Aldeia Paiter Linha 09, na Terra Indígena Sete de Setembro. Graduado em Turismo pelo Centro Universitário São Lucas de Porto Velho - Rondônia. Atualmente e mestrando em Geografia pela Universidade Federal de Rondônia e também é Coordenador do Centro Cultural Indígena Paiter Wagôh Pakob onde desenvolve o trabalho de fortalecimento das práticas culturais do povo Paiter Suruí onde vive.




quarta-feira, 29 de março de 2017

GÃMEB - O JEITO DE SER PAITER


Símbolo do Clã Gãmeb do Povo Paiter 

A palavra Gãmeb significa “marimbondo preto” e o Gãmebey e mais de um. Segundo a história Paiter o Gãmeb surgiu pela primeira vez há muito tempo anos atrás quando Deus (Palob) criou a humanidade. Por isso foram um dos primeiros a ser criado pelo criador do universo juntos com outros grupos. Dizem os Paiter que já havia outros seres antes de nós que foram comidos pelas onças e assim os desapareceram e todos foram extintos. E na terra tudo ficou vazio, somente as onças que os mataram e comeram todos.
Viu Deus que tudo estava vazio na Terra, o “Palob” Deus pensou preciso fazer alguma coisa para que tudo voltem de novo, assim pensou em fazer outros seres humanos. E para isso precisava de ossos humanos e assim contou com a ajuda e auxilio do veado mateiro “Patxaub” para buscar os ossos humanos na aldeia das onças. Como as onças tinham comidos todos os outros seres, somente na aldeia deles tinha os ossos humanos. E os ossos que tinha na aldeia das onças eram de vários povos:  Gãmeb, Kaban, Gapgir, Makor e de outros povos que foram extintos ao longo do tempo e que nos dias de hoje não existem mais, apenas histórias. 
Quando o veado mateiro "Patxaub" trouxe os ossos e entregou ao Palob que por sua vez pegou os ossos e começou a tragar e soprar com a fumaça do tabaco e assim surgia o ser humano uma por uma. E junto com isso surgiu também o Gãmeb que até hoje existe depois de muitos tempos apesarem de ter passado por dificuldade e desafios, como: doenças, guerras e conflitos com outros povos que foram dizimando aos poucos a sua população numerosa.
A história de vida e de luta dos Gãmebey tem se tornado frequentes, reconhecido e respeitado pela sociedade Paiter através do seu patriarca chamado pelo nome de YAB-NAB que significa (raiz dos saberes), que foi um guerreiro Paiter do Clã Gãmeb muito sábio, inteligente, com seu postura e perfil de liderança que também herdou dos seus pais. Ao longo de sua vida Yab- Nab casou -se com várias mulheres das quais geraram bastantes filhos que gerou e herdou os Gãmebey que vive na Terra Indígena Sete de Setembro.
Hoje os Gãmeb ou Gãmebey são um dos quatros grupos clânicos que compõe a sociedade Paiter Suruí, povo indígena que habita a Terra Indígena Sete de Setembro localizado entre os estados de Mato Grosso e Rondônia. Segundo os dados demográficos dos órgãos indigenistas (FUNAI e SESAI/2016) são os segundos grupos clânicos mais populoso entre os quatros grupos existente dentro do território Paiter, que são Gãmeb, Gapgir, Kaban e Makor. Os Gãmebey estão distribuídos e espalhados em todo o território Paiter: Aldeia Apoena Meirelles, Aldeia Sete de Setembro, Aldeia Paiter Linha 09, Aldeia Atamuia Linha 09, Aldeia Central Linha 10, Aldeia Iratana, Aldeia Lapetanha Linha 11, Aldeia Tikã Linha 11, Aldeia Mauíra Linha 12, Aldeia Pipira Linha 14 e etc...
As pessoas que pertencem a esse grupo geralmente são definidas e vistas pela sociedade Paiter através das suas características que o resume como ser humano: carinhoso, atencioso, tranquilo, bondoso, paciente, amoroso, ter respeito ao próximo, ter postura de liderança, não humilhar os outros, compreensivo e acima de tudo ter responsabilidade e o orgulho pelo da sua origem, ama a sua cultura e a natureza que fazem parte da sua vida. Essas características com postura de liderança nato faziam com que os outros respeitasse e fazia dele uma liderança automático do seu povo, pois isso vêm desde os seus antepassados. Pois são comportamentos que são adquiridos e conquistados através dos conhecimentos e sabedorias que são transmitidos de geração em geração.
O homem Gãmeb geralmente se casa com a mulher do Clã Kaban, do mesmo modo a mulher Gãmeb só se casam com homem Kaban. As mulheres Kaban a partir do seu casamento com Gãmeb passa a se torna a sua família. Desde então ao longo do tempo da convivência vai ajudando e ensinando um ao outro assim unificando os seus pensamentos de buscar os seus objetivos visando lutar pelo bem-estar da sua família e do seu povo.
Ao longo da sua história os Gãmebey têm contribuído bastante e ainda continua a contribuir com a valorização e preservação da vida organizacional, Social, Cultural, Ambiental e Territorial do povo Paiter Suruí dentro do território Sete de Setembro. Alguns dos seus líderes juntamente com as outras lideranças indígenas de outros clãs atuaram fortemente no início da década de 80, para que o governo brasileiro reconhecesse o seu território, logo após o contato com a sociedade não indígena. Graças a essa atuação de lideranças Paiter pela defesa e proteção do seu território, hoje a Terra Indígena Sete de Setembro e um território indígena demarcado e homologado pelo governo Federal. Mas que mesmo assim ainda correm sérios riscos de invasões e degradação ambiental, territorial e cultural pela forte pressão e influência da cultura ocidental.
Mas como o Gãmebey sempre foram um povo guerreiro não e agora que vão para de lutar pelos seus ideais devido ao grande impacto que a cultura não indígena tem trazido para o seu povo. A cada dia que passa surgem novas esperanças de um dia melhores para os Gãmebey e para os Paiter em geral. Pois a luta do Gãmeb e de todos e a luta de todos e do Gãmeb. Como sempre querendo ajudar o próximo e a humanidade através de um simples gesto de conscientizar a humanidade que é possível viver bem mantendo a floresta em pé e consumindo o que ela tem de oferecer.
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Gasodá Suruí é Indígena Paiter, pertencente ao clã Gãmeb- Formado em Turismo pelo Centro Universitário São Lucas de Porto Velho em 2009 e Atualmente e Mestrando em Geografia pela Universidade Federal de Rondônia. Pesquisador Indígena e Coordenador Cultural da Aldeia Paiter Linha 09.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

A FORÇA DA MULHER PAITER


Manganogan Surui e do povo Paiter pertecente ao Clã Kaban. Filha do guerreiro e líder Paiter Lab Amih Bep e da Waled-op (in memorian).  Nasceu muitos anos antes do contato com os não indígenas. Hoje anciã e conhecedora do conhecimento tradicional do povo Paiter Surui. Mãe de 6 filhos: Garixama Surui, Mopilabaten Surui, Gasodá Surui, Yab-lor Surui, Holotaba Surui e Gabriela Surui. No trecho abaixo ela fala o que e ser e a importância da mulher na sociedade Paiter:


"Nós Paiter somos um povo: E todos somos importantes para o nosso povo. Independente o que for: homens, mulheres, jovens e crianças. Por isso todos tem que esta preparado para contribuem na busca pelo bem estar coletivo. A mulher Paiter tem a sua parcela de contribuição. Assim antigamente ajudávamos os nossos maridos a lutar pela defesa do nosso território. Acompanhávamos eles nas suas andanças pela floresta em busca de alimentos para manutenção dos nossos filhos e familiares. Foi com a união de todos que conseguimos segurar e preservar a nossa cultura e o nosso território diante dessa grande pressão da cultura ocidental. E com essa força de todos que somos o povo que somos hoje. Com a luta de todos que conseguimos demarcar o nosso território." 




quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

ALDEIA PAITER "LINHA 09" - REGIÃO CENTRAL DA TERRA INDÍGENA SETE DE SETEMBRO

A Aldeia Paiter também conhecido como “Aldeia LINHA 09” e umas das 27 aldeias espalhadas pelo território indígena Sete de Setembro. Localizado no km 40, final da estrada vicinal chamada do mesmo nome Linha 09 do município de Cacoal no interior do estado de Rondônia há 450 km da Capital Porto Velho.  E a terceira Aldeia mais populoso das Aldeias Paiter Suruí existentes dentro do território indígena Sete de Setembro.
Entrada da Aldeia Paiter Linha 09 - Divisa território Paiter com o território não indígena


Vista da Entrada da Aldeia Paiter

A aldeia Paiter Linha 09  e habitado pelos 180 pessoas que forma pelo menos 32 famílias Paiter Suruí falantes da língua Tupi-mondé, (incluindo homens, mulheres, jovens e crianças). São elas composta por clãs Gãmeb, Kaban, Makor e Gabpir que são os grupos clânicos pela qual e formada a sociedade indígena Paiter. 


Moradores da Aldeia  Indígena Paiter Linha 09

A Comunidade da Aldeia Paiter Linha 09 da Terra Indígena Sete de Setembro ainda tentam manter e preservar muito as tradições Culturais do seu povo, por isso uma dos desafios que o povo vivem neste tempo de pós contato com a sociedade não indígena e lutar para manter e assim garantir a cultura do seu povo viva passada de geração pós geração.

Pintura Corporal: Guerreiro Paiter

Ritual do Mapimaí - Aldeia Joaquim

Criança Paiter Suruí na aldeia Linha 09 


Umas dos fatores bastante significativo e muito importante no  que diz respeito que a cultura Paiter ainda está sobre o domínio do povo Paiter Suruí e a comunidade mostrar no seu dia a dia as praticas diárias de suas manifestações culturais: como o uso de comida tradicional, uso e a valorização das medicinas tradicionais para as curas de doenças, contação de histórias, mitos, ritos, realização das pinturas corporais, praticas dos cânticos e festas tradicionais, caça, pesca, coleta de frutas e mel silvestre. Tudo isso o Povo Paiter Suruí tem assegurado para o seu povo através de das lutas de suas lideranças que resultaram na elaboração pesquisas, planos de estudos voltado para as sua culturas e o território ondem vivem. A elaboração dos planos de estudo foram importante para que o povo Paiter Suruí possam entender melhor porque e importante valorizar sua cultura e preservar o seu território diante de um mundo onde a cada dia acontecem os os avanços de uma forma acelarada e que não e nada agradável para o futuro dos povos indígenas no brasil e no mundo.

                   Mulher Paiter preparando bebida tradicional


Gongo misturado com massa de cará cozido - tipo de comida tradicional muito especial



"iih" - Bebida Tradicional Paiter feito com cará


Água do Cipó "Napoah Sih" - Medicina Tradicional Paiter














A Aldeia Paiter Linha 09 está localizado e rodeado por uma exuberante floresta com enorme potencial em fauna e flora, "rios, cachoeiras, animais e plantas com belíssimas paisagens naturais que pode deixar qualquer visitante, um contato magnífico com a natureza". E nessa imensa  e pura floresta amazônica que os Paiter vivem que e um espaço sagrado, lugar de buscar força e compreensão e buscar o equilibro para não ter descontrole do seu verdadeiro habito como povo indígena. 


Rio Cachoeira, "Mõõh Booh", próximo a aldeia Paiter Linha 09. 

Criança Paiter Suruí tomando banho nas águas limpas do Rio Cachoeira 


Trilha a Mata a dentro via de acesso para lugares de caça, pesca, coleta de castanha e roças. Aldeia Paiter Linha 09 - Terra Indígena Sete de Setembro

O Povo Indígena Paiter Suruí ainda praticamente vive da caça e da pesca. Pois são alimentos indispensáveis na sua culinária. Além do mais e um alimento puro e saudável para a saúde para que os mesmo tenha um melhor qualidade de vida na dieta alimentar. 



Homens Paiter com os peixes depois de uma pescaria no rio da Terra Indígena Sete de Setembro.


O povo indígena paiter Suruí são Agricultores, pois todo ano fazem roças para plantarem e de  onde são extraídos os alimentos para o  sustento das famílias no dia a dia e também para a venda. Os produtos das agricultura tradicional plantada para o consumo são: cará, batata-doce, inhame, amendoim, milho, mandioca e plantada para vender: café, banana e etc...


Roça Tradicional Paiter

Autor: Gasodá Suruí - Povo Paiter Suruí, Turismólogo e pesquisador Indígena  e pertencente ao Clã Gãmeb.











sábado, 30 de janeiro de 2016

COTIDIANO DAS CRIANÇAS DA ETNIA PAITER SURUI

No presente texto analisaremos o cotidiano das crianças indígenas e ressaltaremos, sobretudo, o cotidiano das crianças da Paiter Suruí, etnia indígena da Terra Indígena Sete de Setembro , que se encontra nas confluências dos estados do Rondônia e do Mato Grosso.  
Crianças Paiter Suruí - Aldeia Paiter Linha 09
Foto: Gasodá Suruí/2016


O cotidiano das crianças indígenas Paiter Suruí diverge e muito do dia a dia das crianças que moram nas capitais brasileiras. No entanto, as crianças que vivem em pequenas cidades interioranas e em fazendas possuem atividades rotineiras quase parecida, como  as da crianças Paiter Suruí.
As crianças Paiter Suruí têm o costume de passar o dia no rio, onde tomam banho e brincam. Outra brincadeira bastante praticada entre os “pequenos” indígenas é a diversão com o arco e a flecha dentro das matas. Os indígenas adultos produzem arcos e flechas com tamanho reduzido e que não causam risco à vida das crianças. Dessa maneira, as crianças Paiter Suruí vão se acostumando a lidar com essas ferramentas, para que, no momento em que se tornarem adultas, possam praticar a caça, principal fonte de alimentação dos povos indígenas.


Crianças Paiter Suruí ajudando a limpar o terreiro da Aldeia
Foto: Gasodá Suruí/2016


Da mesma forma que acontece com as crianças da cidade, isto é, com as crianças não índias, que desobedecem a seus pais ou responsáveis, as crianças indígenas desobedientes também ficam de castigo, geralmente estipulado pelos pais.
Geralmente os índios adultos Paiter Suruí castigam seus filhos desobedientes colocando perto do fogo para sentir na pele a dor de uma queimadura e sofrem bastante com esse castigo e até fazer juras aos pais que não irá mais desobedecer.
Segundo a tradição, o costume da aldeia não é bater, pois esses indígenas acreditam que a mãe que bate no filho não será cuidada por ele, quando este crescer.Esse fato (de o filho abandonar os pais, por apanhar deles) é uma questão levada a sério pela etnia Paiter Suruí. Na sociedade não indígena esse fato não é tão presente: geralmente, os pais batem nos filhos sem tais preocupações e os filhos abandonam os pais quando estes ficam velhos, mesmo sem terem apanhado deles quando crianças.

Autor: Gasodá Suruí - Turismólogo e Pesquisador Indígena. Indígena da etnia Paiter Suruí, pertencente ao grupo clânico  "GÃMEB" da Terra Indígena Sete de Setembro.


Gasodá Surui participa da Roda de Saberes intitulada: Etnicidade: territórios, fronteiras e mudanças climáticas durante o Festival Indígena União dos Povos realizado entre os dias 16 a 19 de junho de 2022 em São Paulo.

Foto: Maria Leonice Tupari, 2022.  Participei de uma roda de Saberes intitulado: Territórios, Etnicidade, Fronteiras e Mudanças Climáticas c...