sábado, 30 de janeiro de 2016

COTIDIANO DAS CRIANÇAS DA ETNIA PAITER SURUI

No presente texto analisaremos o cotidiano das crianças indígenas e ressaltaremos, sobretudo, o cotidiano das crianças da Paiter Suruí, etnia indígena da Terra Indígena Sete de Setembro , que se encontra nas confluências dos estados do Rondônia e do Mato Grosso.  
Crianças Paiter Suruí - Aldeia Paiter Linha 09
Foto: Gasodá Suruí/2016


O cotidiano das crianças indígenas Paiter Suruí diverge e muito do dia a dia das crianças que moram nas capitais brasileiras. No entanto, as crianças que vivem em pequenas cidades interioranas e em fazendas possuem atividades rotineiras quase parecida, como  as da crianças Paiter Suruí.
As crianças Paiter Suruí têm o costume de passar o dia no rio, onde tomam banho e brincam. Outra brincadeira bastante praticada entre os “pequenos” indígenas é a diversão com o arco e a flecha dentro das matas. Os indígenas adultos produzem arcos e flechas com tamanho reduzido e que não causam risco à vida das crianças. Dessa maneira, as crianças Paiter Suruí vão se acostumando a lidar com essas ferramentas, para que, no momento em que se tornarem adultas, possam praticar a caça, principal fonte de alimentação dos povos indígenas.


Crianças Paiter Suruí ajudando a limpar o terreiro da Aldeia
Foto: Gasodá Suruí/2016


Da mesma forma que acontece com as crianças da cidade, isto é, com as crianças não índias, que desobedecem a seus pais ou responsáveis, as crianças indígenas desobedientes também ficam de castigo, geralmente estipulado pelos pais.
Geralmente os índios adultos Paiter Suruí castigam seus filhos desobedientes colocando perto do fogo para sentir na pele a dor de uma queimadura e sofrem bastante com esse castigo e até fazer juras aos pais que não irá mais desobedecer.
Segundo a tradição, o costume da aldeia não é bater, pois esses indígenas acreditam que a mãe que bate no filho não será cuidada por ele, quando este crescer.Esse fato (de o filho abandonar os pais, por apanhar deles) é uma questão levada a sério pela etnia Paiter Suruí. Na sociedade não indígena esse fato não é tão presente: geralmente, os pais batem nos filhos sem tais preocupações e os filhos abandonam os pais quando estes ficam velhos, mesmo sem terem apanhado deles quando crianças.

Autor: Gasodá Suruí - Turismólogo e Pesquisador Indígena. Indígena da etnia Paiter Suruí, pertencente ao grupo clânico  "GÃMEB" da Terra Indígena Sete de Setembro.


Um comentário:

  1. Dr Gasoda, qual e seu email ou telefone WhatsApp? Aqui o jornalista da Reuters que etrebistou voce um mes e meio atras, Anthony Boadle +5561 98204-1110 aboadle@yahoo.com

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