quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

WAGÔH PAKOB" ESPAÇO DE VIVÊNCIA PAITER NA FORÇA DA FLORESTA

Wagôh Pakob e um Centro Cultural indígena, que em tupi mondé significa a (força da floresta) e um espaço de vivência do povo Paiter Surui da Aldeia Paiter Linha 09. Essa iniciativa cultural, foi criado no dia 22 de novembro de 2016 para atuar na luta pela defesa do direito territorial, ambiental e cultural do povo Paiter no âmbito do Plano de Gestão Ambiental e Territorial da Terra Indígena Sete de Setembro.   




Centro Cultural Paiter Wagôh Pakob - Aldeia Paiter Linha 09
 


E um espaço com ambientes para rodas de conversas, trocas de experiências, repasse de informações dos conhecimentos tradicionais pelos velhos para os jovens Paiter, realização das festas tradicionais, oficinas, cursos e capitações para o fortalecimento da cultura Paiter e prepará-lo a ser futuramente um líder e defensor da causa Paiter.

Ritual da URTIGA   - Arquivo: Gasodá Surui - 2018. 

E um espaço propriamente indígena, local especifico para realização de intercâmbio cultural entre os Paiterey da Terra Indígena Sete de Setembro e outros  povos  indígenas do estado de Rondônia e de outras regiões do  Brasil. 

Intercambio Cultural entre os povos Indígenas  
Paiter Surui x Ashaninka e Yawanawá do estado do Acre - 2016. 

No Wagôh Pakob também se realizam encontros de diálogos com instituições do governo e não governamental que atua diretamente com as questões do povo Paiter Surui.  

Visita da CR FUNAI - CACOAL - Arquivo: Wagôh Pakob, 2018. 

   Visita do Parceiro:  FOREST TRENDS no Centro Wagôh Pakob. 
Arquivo: Gasodá 2018.


Visita do Parceiro Kanindé (Neidinha Bandeira)- Arquivo: Gasodá Surui, 2018. 

Doutores Sem Fronteiras no Centro Cultural  WAGÔH PAKOB
Arquivo: Gabriel Uchida/Kanindé 2018. 

Com os trabalhos de proteção, preservação do território indígena Sete de Setembro e valorização e resgate da cultura tradicional do povo Paiter Surui o Centro Cultural Wagôh Pakob vem se destacando no cenário como ponto de referência em cultura indígena no estado de Rondônia, como no Brasil . Assim só vem aumentando  cada vez mais o interesses e números de instituições, escolas, universidades e turistas para conhecer o espaço e a cultura local do povo indígena Paiter da Aldeia Paiter Linha 09.

Visita da Escola SESI de Cacoal - Arquivo: Gasodá Surui, 2017. 

As pessoas que veem ao Centro Cultural Wagôh Pakob não vêm simplesmente conhecer o espaço e a natureza.  O  povo Paiter Surui em si tem uma questão  cultural muito rica, e que atrai muitos amantes e admiradores da sua cultura. 
As pessoas aproveitam para conviver com os Paiter para conhecer um pouco da sua cultura e o seu modo de vida no seu dia a dia na aldeia. 
Assim os visitantes sai felizes e já sai planejando outras visitas e vai divulgando para outras pessoas para também conhecer a cultura do povo Paiter. Os paiter são um povo cantores e por isso uma das forma mais tradicional de receber seus visitantes e recepcionar através da musica tradicional do seu povo.

G Apresentação Cultural Paiter - Arquivo : Gasodá Surui 2017. 

Outro fator importante da cultura Paiter e a questão gastronômica. A alimentação para o povo Paiter e muito importante para sua vida. Toda a fartura que vem para as família vem da floresta e por isso a natureza para os Paiter e sagrado e precisa ser muito valorizado. Somente deve ser caçado, pescado e coletados da natureza os tipos que são utilizados, pois não é todo tipo de caça, pesca e frutas que os Paiter utilizam para sua alimentação .

Porcão do mato moqueado na brasa. Arquivo: Gasodá Surui - 20018. 


O peixe e considerado uma das mais importante e apreciada na gastronomia Paiter. Ela pode ser consumida de várias formas: cozidos, moqueado na brasa ou embalado na palha de babaçu. Se faz pirão do caldo do peixe com farelo de milho.

Peixe sendo assado na brasa - Arquivo: Gasodá Surui - 2017. 


A chicha e uma bebida tradicional do povo Paiter e uma outra importante na gastronomia Paiter, fundamental na vida do povo Paiter. Assim existem dois tipos de chicha: IH como e chamado pelos Paiter e um tipo de chicha que não e fermentado e não tem teor alcoólico e não embriaga. Se consome no dia a dia como se fosse um café da manhã para os não indígenas. Agora o IATIR e um tipo de bebida preparado especialmente para as festas e rituais. Essa tem o teor de bebida alcoólica e embriaga a pessoa que o consome. Elas são geralmente feitas de cará, mandioca, milho e batata-doce. São preparadas pelas mulheres na aldeia, e o homens também ajudam, como na busca da lenha no mato para cozinhar. 

 Mulheres preparando a chicha no Centro Cultural   - Arquivo: Gasodá Surui 2016.

Paiter tomando chicha no Centro Cultural Wagôh Pakob  - Arquivo Gasodá Surui, 2018. 

A pintura corporal e indispensável na vida Paiter. Ela e a nossa identidade e através dela que mostramos o nosso jeito de ser Paiter para as pessoas. A pintura varia de gênero, assim existem pintura para homens, mulheres, jovens e crianças. Geralmente e o pai que pinta os filhos e a esposa. A mulher costuma pintar a sua filha. Também varia do momento: guerra, caça, casamento e reclusão.   

Paiter fazendo pintura corporal na menina moça 
Arquivo: Gasodá Surui, 2018


A arte Paiter e o que não falta no Centro Cultural. São feitas pelos homens, mulheres e exposta para serem mostrado, também para ser vendidas. Feitas de matérias-primas tirado da floresta. Os paiter fazem artesanatos de todo tipo: colares, anéis, pulseiras, cocares, flechas, cestas e outros...

Exposição de artesanatos no Centro Cultural 
Arquivo: Gasodá Surui, 2018. 


 Wagôh Pakob também trabalhamos com incentivo de manter a floresta em pé e a importância do mesmo para as nossas comunidades. Assim realizamos reflorestamento de plantas nativas que  e importante para o nosso povo, nas áreas degradada e desmatada próximo ao local do Centro Cultural.  Pois antigamente e o lugar já havia invadido pelos invasores e há indícios de lavouras, roças e que precisam ser replantados para garantir a floresta nativa e a vida dos Paiter. 

Plantio de mudas nativas próximo ao Centro Cultural 
Arquivo: Gasodá Surui, 2018.


Esse e o resumo da cultura do povo Paiter vivenciado no dia a dia  desse povo guerreiro na aldeia e no Centro Cultural Wagôh Pakob. O objetivo principal de mostrar para os visitantes e como forma de divulgar a cultura indígena para a sociedade que muitas das vezes e só visto nos livros, jornais e que não traz um esclarecimento para que tenham um entendimento que e de fato o povo indígena. Através deste trabalho mostrar porque e importante manter a floresta em pé e valorizar e respeitar a cultura indígena. Acreditamos que cada povo vive conforme a sua cultura porque e o próprio criador quem deu o jeito de viver de cada um. Por isso não e qualquer um que tem o direito de mudar o jeito de viver de um povo. Por isso e importante respeita o povo indígena. 

Fonte de Informação: Gasodá Surui - Coordenador do Centro Paiter Cultural Wagôh Pakob.



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