terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

TERRA INDIGENA SETE DE SETEMBRO E SUAS BELEZAS NATURAIS E CULTURAIS


A Amazônia, considerada “A maior celebração da diversidade do planeta” – uma definição do pesquisador americano Michael Goulding, possui entre 05 e 30 milhões de plantas diferentes, das quais apenas 30 mil foram estudadas; alguns milhões de insetos; e 324 espécies de mamíferos. Por ali corre ainda um quinto da água doce do planeta, abrigando o maior número de espécies de peixes que tem conhecimento. Este mundo de fascínio, mistério e beleza estendem-se por 9 paises da América do Sul, sendo que 60% de toda esta área encontra-se em terras brasileiras.
Um milhão e seiscentos mil quilômetros quadrados – dezoito por cento do território brasileiro – a maior porção de floresta tropical úmida do planeta.
Com tantos atributos a Amazônia revela-se um dos destinos, mas atraente para os viajantes interessados em turismo de natureza.Dentro deste cenário de diversidade de espécies de fauna e flora, há a diversidade de cultura, os povos indígenas retratam isto de forma muito particular.
O turismo indígena, como o nome sugere, é o turismo desenvolvido nas terras indígenas ou fora delas com base na identidade cultural e no controle da gestão pelo grupo/comunidade indígena envolvida.
Denominamos etno-turismo indígena o etno-turismo praticado dentro das terras indígenas através do planejamento/gestão participativa e comunitária respeitando os valores sociais, culturais e ambientais dos diferentes povos envolvidos onde a comunidade é a principal beneficiada.
Assim, o etno-turismo é a modalidade turística mais adequada a ser desenvolvida nas terras indígenas, tendo em vista o planejamento e gestão participativa e comunitária dos grupos/comunidade indígena envolvida, que promova a interação entre natureza e comunidade com vistas a uma utilização sustentável e conservacionista do patrimônio natural e cultural indígena proporcionado melhoria na qualidade de vida dessas comunidades sem causar impactos negativos à sua territorialidade (FARIA 2000).
Proponente:
O Povo indigena Paiter Surui, tem uma população de aproximadamente 1350 pessoas, distribuídos em 21 Aldeias (Aldeia linha 08, Aldeia Paiter Linha 09, Aldeia linha 10Aldeia Iratana Linha 10, Aldeia linha 11 Lobó,Aldeia Tikã, Aldeia Lapetanha, Aldeia Joaquim, Aldeia Amaral, Aldeia Nambekolabadakiba linha 12, Aldeia Linha 14 Placa, Aldeia Linha 14 Central Gabgir, Aldeia Gasereg, Aldeia Betel, Aldeia Apoena Meirelles,Aldeia Payamah linha 07, ). Todas estas aldeias pertencem a Terra Indigena Sete de Setembro localizada no municipio de Cacoal no estado de Rondônia e Rondolandia no estado de Mato Grosso.
A Terra Indígena Sete de Setembro possui 148.248 mil háctares de beleza cênica, fortemente expressados pela preservação da fauna e flora local, trata-se de um belo pedaço da Amazônia brasileira realçada pelos valores étnico e cultural do povo indigena Surui"Paiter"(significa Gente de Verdade) assim o povo Paiter possui características culturais fortes e definidas.
O povo Indigena Surui Paiter vem ao longo destes 5 anos desenvolvendo diversos trabalhos voltados a preservação da fauna e flora, assim como o resgate cultural de cada povo , esta atividade tem sido um referencial do desenvolvimento cultural indígena, assim como um componente importante no processo cultural, social e organizacional deste povo.
Os Surui Paiter tem realizado uma diversidade de trabalhos ambientais, culturais e econômicos com uma margem de resultados positivos. Esses projetos têm como meta, garantir ao seu povo qualidade de vida, segurança alimentar, manutenção dos estoques da fauna e flora, identidade cultural, desenvolvimento sustentável, geração de renda, reconhecimento e respeito como povo indígena.
Dentres as atividades desenvolvidas no Territorio os Surui pretende também desenvolver o projeto de Etno-turismo que se propõe, ser realizada na terra Indígena em área especialmente escolhida pela comunidade, ou seja, a base das instalações estará entre as aldeias, fora do núcleo populacional de modo que não afete negativamente a cultura do povo e comunidades envolvidas por meio de várias estratégias que deverão ser pensadas e planejadas junto com a comunidade, técnicos, indigenistas e ambientalistas.
O projeto propõe a atividade de etno-turismo na Terra Indígena Sete de Setembro, e todo o componente necessário para sua realização. O Povo Surui Paiter objetiva divulgar sua cultura como valorização da identidade e obter algum ganho econômico, porém sem mercantilizá-la. Trata-se de um instrumento de conservação ambiental e valorização cultural, pois é a diversidade cultural - a riqueza do patrimônio cultural com seus saberes e fazeres expressos na pluralidade lingüística e étnica e na geografia mítica - desses povos, a pedra fundamental para atividade de etno-turismo aqui proposta.
O etno-turismo é a modalidade turística mais adequada a ser desenvolvida nas terras indígenas.
O turismo indígena ou etno-turismo indígena tenha seu lado comercial. A diferença encontra-se na essência, no objetivo e contexto em que são planejados e desenvolvidos.
Como será o etno-turismo Surui Paiter.
O etno-turismo é uma atividade de investimentos relativamente baixos e de retorno rápido.
Este absorverá mão-de-obra local, contribuindo para a valorização da comunidade e fixá-lo à região. Será um poderoso instrumento de educação ambiental para o povo Surui e para os que o usufruem.
A presente proposta tem como objeto principal, receber pequenos grupos de turistas e oferecer opções de programas culturais e passeios ecológicos. É objeto desta proposta que tudo seja administrado de forma participativa pela comunidade, caberá a ela administrar, receber e executar todas as tarefas.
Tudo que for oferecido estará sempre adaptado aos nossos saberes e costumes.
Os alojamentos serão construídos dentro dos padrões arquitetônicos de nosso povo, complementado com a arquitetura do povo ocidental. Oitenta por cento dos materiais a serem utilizados na construção das pousadas serão proveniente da Terra Indígena Sete de Setembro. As pinturas utilizadas nas pousadas serão no estilo de desenho de nosso povo e cada pousada terá um nome em Surui.






Gasodá Surui participa da Roda de Saberes intitulada: Etnicidade: territórios, fronteiras e mudanças climáticas durante o Festival Indígena União dos Povos realizado entre os dias 16 a 19 de junho de 2022 em São Paulo.

Foto: Maria Leonice Tupari, 2022.  Participei de uma roda de Saberes intitulado: Territórios, Etnicidade, Fronteiras e Mudanças Climáticas c...